A disparada nos preços da construção civil (de 0,45% para 1,80%) puxou para cima a primeira prévia do IGP-M de junho, que subiu 0,27%, ante alta de 0,21% em igual prévia em maio.



Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), o indicador, usado para reajustar preços de aluguel e de energia elétrica, também foi pressionado pela continuidade nos aumentos dos preços dos metais no atacado.



O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, destaca que a situação é rara, visto que a construção civil têm peso pequeno na formação do IGP-M. Porém, o avanço nos preços do setor foi tão forte que superou a influência da aceleração dos preços do atacado (de 0,17% para 0,28%), no mesmo período.



“Tanto o atacado quanto a construção civil contribuíram para a alta da prévia. Mas o impacto dos preços da construção civil foi duas vezes maior do que a influência dos preços do atacado”, disse.



A inflação na construção civil foi impulsionada por aumentos nos preços de mão-de-obra, originados da resolução de dissídios salariais em São Paulo e Rio de Janeiro. “Mas São Paulo é a capital de maior peso, e foi a maior influência”, explicou o coordenador. Para ele, essa elevação não se constitui tendência e pode ser considerada pontual.